Egbe Orun
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Síkírù Sàlámì
Episódios de aborto e morte prematura de crianças, jovens e
adultos podem ser compreendidos como resultantes da ação de um espirito pertencente à Egbé Àbíkú (Sociedade Abiku). A
palavra àbíkú é constituída de a, bí, (ó) ku, que ignifica tanto nascido para
morrer quanto o parimos e ele morreu: designa crianças e jovens que morrem
antes de atingir a idade adulta e adultos que morrem antes dos pais. Assim, há
duas qualidades de abiku: os àbíkú-omódé, que morrem ainda crianças, e os
àbíkú-àgbà, que morrem jovens ou adultos.
Tais indivíduos estabelecem com a Sociedade Abiku o ójó orí, pacto de retornarem ao orun ao ser atingida determinada idade.
Quando uma mulher sofre sucessivas perdas de filhos recém-nascidos, ainda pequenos, jovens ou mesmo adultos, considera-se que esteja sob a ação de um abiku, espírito que nasce múltiplas vezes através de um mesmo corpo feminino por determinação do destino dessa mulher, por obra de magia ou por circunstâncias de acaso, como a aquisição inadvertida de um abiku por uma grávida que não tenha tomado os devidos cuidados contra isso.
Quando uma mulher perde filhos assim, suspeita-se que se trate da ação de àbíkú-omodé; e os episódios de perda de filhos serão interrompidos somente se tomadas as necessárias providências para romper o vínculo desses seres espirituais com a comunidade à qual pertencem no orun.
Quanto aos àbíkú-àgbà, o pacto por eles estabelecido com a sociedade determina que o retorno ao orun ocorra em algum momento muito significativo e importante da vida, que pode ser crítico ou de sucesso, como em uma data próxima à formatura, ao casamento, ao nascimento de um filho desejado ou a uma conquista social notável.
Tais indivíduos estabelecem com a Sociedade Abiku o ójó orí, pacto de retornarem ao orun ao ser atingida determinada idade.
Quando uma mulher sofre sucessivas perdas de filhos recém-nascidos, ainda pequenos, jovens ou mesmo adultos, considera-se que esteja sob a ação de um abiku, espírito que nasce múltiplas vezes através de um mesmo corpo feminino por determinação do destino dessa mulher, por obra de magia ou por circunstâncias de acaso, como a aquisição inadvertida de um abiku por uma grávida que não tenha tomado os devidos cuidados contra isso.
Quando uma mulher perde filhos assim, suspeita-se que se trate da ação de àbíkú-omodé; e os episódios de perda de filhos serão interrompidos somente se tomadas as necessárias providências para romper o vínculo desses seres espirituais com a comunidade à qual pertencem no orun.
Quanto aos àbíkú-àgbà, o pacto por eles estabelecido com a sociedade determina que o retorno ao orun ocorra em algum momento muito significativo e importante da vida, que pode ser crítico ou de sucesso, como em uma data próxima à formatura, ao casamento, ao nascimento de um filho desejado ou a uma conquista social notável.
Egbé Aráagbó é a comunidade espiritual à qual pertencem os
abikus: é constituída pela Egbé Aiyé (Sociedade de amigos do mundo visível,
Amigos do mundo visível) e pela Egbé Òrun (Sociedade de amigos do mundo
invisível ou Amigos Espirituais) Estando esses dois mundos entrelaçados e
intimamente relacionados um ao outro, ambos exercem mútua influência entre si:
pode-se presumir que, para que uma pessoa possa viver feliz no aiye, é preciso
que esteja em harmonia com seus amigos espirituais no orun.
A solução básica do problema de quem é abiku implica em
libertá-lo da sociedade à qual pertence. De fato, implica em tornar cada abiku
indesejável ao seu grupo de pertença original no mundo espiritual, de modo que
não queiram mais conservá-lo naquela sociedade. Sendo os abikus poderosos, é
preciso muito conhecimento por parte dos sacerdotes que se propõem a lidar com
eles. Alguns recursos para evitar a morte de um filho abiku e para retirar seu
espírito da sociedade à qual pertence podem ser utilizados. Através de rituais
é estabelecido um jogo de forças entre Egbé Aragbô e Egbé Abiku: forças de
retenção do ser no aiye e forças de resgate deste mesmo ser no orun. Cultos e
oferendas são realizados tanto para uns quanto para outros: para esta desistir
de retomar seus membros e para aquela protegê-los de serem reconduzidos à
companhia de seus pares no orun. Egbé Aragbô atua com Exu pela necessidade de
manter o equilíbrio entre o aiye e o orun; age com o auxilio também de Oxum,
pela influência dela sobre a fertilidade.
Egbé significa Sociedade: designa a Sociedade dos Espíritos
Amigos e se refere, simultaneamente, a um orixá e a uma irmandade ou corporação
de seres espirituais: trata-se de Èré igbó ou Aráagbó, que significa Habitante
da floresta ou Habitante do além. Este orixá protege contra a morte prematura,
acalma o sofrimento material e espiritual e orienta o ori do abiku e de seus
devotos a seguir o caminho certo. Atrai progresso econômico e desenvolvimento
espiritual, harmonizando esses dois aspectos da existência.
Proporciona também os sentimentos de paz, tranquilidade, serenidade e confiança, trazendo a fertilidade em todos os aspectos da vida. Atrai condições para conquistas, domina recursos para promover cura e bem-estar, interfere no destino humano e remove obstáculos da vida: transforma lágrimas em sorrisos.
Egbé Aráagbó é venerado para que se possa receber sua proteção contra seres visíveis e invisíveis. As pessoas costumam referir-se a ele dizendo Egbé mi, minha Sociedade, meus Companheiros.
Há uma relação importante entre Ibeji e Egbé, pois Ibeji liga-se à natureza, de modo geral, e à floresta, morada de Egbé, de modo particular. Para cultuar um é preciso cultuar o outro.
Proporciona também os sentimentos de paz, tranquilidade, serenidade e confiança, trazendo a fertilidade em todos os aspectos da vida. Atrai condições para conquistas, domina recursos para promover cura e bem-estar, interfere no destino humano e remove obstáculos da vida: transforma lágrimas em sorrisos.
Egbé Aráagbó é venerado para que se possa receber sua proteção contra seres visíveis e invisíveis. As pessoas costumam referir-se a ele dizendo Egbé mi, minha Sociedade, meus Companheiros.
Há uma relação importante entre Ibeji e Egbé, pois Ibeji liga-se à natureza, de modo geral, e à floresta, morada de Egbé, de modo particular. Para cultuar um é preciso cultuar o outro.
Síkírù Sàlámì
ase
ResponderExcluirOlá, excelente artigo. Há cerca de 2 anos descobri esta minha condição, já que um desastre espiritual após outro me fez desistir da religião afro. Sou abiku e perdi 4 gestações com fetos de mais de cinco meses... isso pode enlouquecer qualquer mulher. Desastre brutal. Agora encontro significado e respostas na religião tradicional. Abraço!
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