iniciação em Ifa, Itefá.
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Hoje me
lembrei de uma pessoa que eu conheci esse senhor que se chamava Antônio cursou
seis meses direito, um ano engenharia e seis meses de administração de empresa.
Essa situação
onde se percebe a dificuldade de algumas pessoas para identificar a carreira a
seguir é bastante complicada, algumas pessoas enfrentam algumas criticas que podem
ser consideradas como indecisão.
em
Outras pessoas
conseguem concluir os cursos que nunca vão ser usados, porque na realidade a não
tem nenhuma identificação com a carreira anteriormente escolhida.
Estamos aqui
analisando um aspecto isolado no caso a carreira profissional, mas essas
dúvidas podem ser encontradas diariamente por todos nós, a diferença que uma
pessoa iniciada em ifá, tem acesso a informações confiáveis que orientam que
direção seguir.
Eu costumo
dizer que é quase como um renascimento, ser iniciado em ifá, (fazer um itefa), a
partir da iniciação seguimos as orientações de Orunmila e a caminhada se torna
mais fácil, muitas vezes estamos caminhando no sentindo oposto há aquele
escolhido por nós, antes do nascimento.
O itefá é um
momento mais importante na vida da pessoa que escolhe a religião tradicional
yoruba, esses conjuntos de cerimônias mudam ou redefinem o caminho a ser
percorrido.
Um itefá
pode durar de 3 a 17 dias, mas em média leva 7 dias para babalorisas e iyalorisas,
já os awos tem um período de recolhimento diferenciado.
As cerimônias
que envolvem a iniciação em ifá começam com a preparação do igbodu, cabe aqui
uma explicação que esclareça definitivamente a questão do igbodu, o espaço
destinado à iniciação de babalawo onde são feitos os rituais, não tem nada
haver com floresta ou mata, o termo igbó em yoruba quer dizer floresta, mas
para o igbodu não se usa essa expressão dessa forma literal.
A floresta
sagrada por nós conhecido como igbodu é um espaço que pode ser descrito como o
local onde a mais importante de todas as árvores fica plantada durante os
rituais, o assentamento de Osun (antepassados), representa o tronco da arvore
genealógica do Egbe Ifá, as raízes fincadas na terra são espíritos de arabas, oluwos
e babalawos que estão agregados em uma só divindade, cada awo representa um
galho que brota dessa árvore que une gerações de fé e amor a Orunmila.
O caminho
que leva ao igbodu onde está Osun (antepassados), tem nove buracos do lado
direito e sete buracos do lado esquerdo, dentro desses pequenos buracos na
terra alguns elementos são depositados.
O ritual do
itefá é facilmente identificado em seu inicio com a figura do oluwo à frente, a
iya apetebi com o yangui de Esu sobre a cabeça, o babalawo à direita e uma
iyanifa à esquerda com um recipiente na mão, seguidos pelo iniciado com o
carrego e o seu ojugbonan que muitas vezes pode ser o seu próprio babalawo.
Em um
segundo momento vários rituais são processados desde a retirada do cabelo,
banho com folhas e pintura, não necessariamente nessa ordem, é evidente que
nesse texto não vou descrever em detalhes a sequência de um itefá.
Quando o
iniciado sentado atrás do seu oluwo coloca suas mãos sobre os ombros dele, o
odu é obtido pelo sacerdote.
Esses rituais
tem como finalidade chegar ao momento mais importante que é a obtenção do odu
de nascimento do iniciado, só no itefá isso é possível, esse odu serve como
referência e orientação, devendo ser estudado exaustivamente, pois dentro dele
em suas histórias poderão ser encontradas as respostas para todas as dúvidas.
Só aquele
que foi submetido a um itefá tem a informação definitiva sobre o seu odu, só
aquele que foi submetido a um itefá conhece o seu destino.
Para mim a
iniciação em ifá é comparada ao mapa que vai guiar o iniciado na viagem da
vida, aquele que não tem o mapa perde tempo e muitas vezes andam em círculos enfrentando
inúmeras dificuldades, mas a pior delas é a insegurança do caminho a ser
seguido.
Obs: Na tentativa de manter em segredo alguns
rituais o numero de buracos no chão citado acima diferem daqueles usados na
realidade, que servem somente como exemplo.
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