Orixá Ọya.
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
A herdeira do território de Ira com a perda de seu pai
assumiu a liderança de seu povo, (Onira) em um período de muitas guerras e
grandes dificuldades.
Ọya foi orientada por seus conselheiros a unir-se ao seu
povo, o grande exercito de Ọ̀yọ.
Já na audiência com o rei surge uma forte atração de ambos
que movidos por uma intensa paixão unem se em matrimonio.
Durante o relacionamento dos dois, dizem alguns
historiadores, que a grande rainha teria tido alguns problemas para engravidar
e que até teria tido a perda de alguns filhos, porém ficou gravida e por uma
razão que não vem ao caso agora teria enviado seus filhos para serem criados
longe do reino de Ọ̀yọ.
Em meio a conflitos, conspirações e golpes políticos o soberano
Xangó é destronado e foge com Ọya e alguns seguidores, chegando a Koso em
desespero tira sua vida enforcando-se.
Ọya desesperada após a morte de seu grande amor, segue a
fuga para a cidade de Ira e se suicida, tomando veneno diante de alguns de seus
seguidores, que assumem a mesma postura dos seguidores de Xangó, fazendo
desaparecer o seu corpo, dando origem assim ao culto desse belo orixá.
Com esse relato simples e de fácil assimilação simplificamos
a complexidade do que é descrever uma mulher fiel e apaixonada por seu marido e
infinitamente dedicada ao seu rei.
Os sentimentos descritos acima determinam um comportamento
extremista e agressivo para manter um compromisso, se é que podemos definir as
descendentes de Ọya por um arquétipo seria o da mulher confiável e dedicada a
seu marido e aos seus filhos.
Para Ọya a traição é impossível e a falta a um compromisso
se iguala a morte, descrever Ọya é descrever a fidelidade eterna.
Ọya é um orixá ligado à cor vermelha, representada pelo osun
(pó vermelho), em seu assentamento encontramos chifres de búfalos e edun ara
como o descrito nos versos de Ifá.
Esses relatos podem ser encontrados no odu Osa Owonrin e
Okanran Meji, e outros.
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