Autor: Olúwo Ifagbaiyin Agboola
A palavra funfun em Yorùbá quer dizer branco, os Òrìsàs
designados funfun no novo mundo adquiriram características no mínimo estranhas
a sua origem.
Na Nigéria esses Òrìsàs
pertencem a um grupo bastante cultuado e nada dos rituais foram perdidas sendo
assim todas as questões que vamos abordar aqui podem ser facilmente
confirmadas.
No Brasil Òrìşà funfun é Oxalá (Ọbàtálá), na Nigéria esse
termo é usado para designar vários Òrìsàs entre eles estão Òrìşà Òkè, Olóòkún e
Ọbàtálá.
A designação funfun identifica para os Yorùbá Òrìsàs
masculinos de primeira geração, embora essa questão possa ser discutida levando
em consideração outras abordagens. Considerando o raciocínio inicial os Òrìsàs
femininos recebem a designação pupa (vermelho), e os filhos desses seriam
conhecidos como Òrìsàs dúdú (preto).
Essa forma descrever um amplo e complexo histórico da
religião tradicional Yorùbá teria respaldo no campo da matemática, mas no plano
espiritual a questão segue por outro caminho até porque com exceção de poucos
autores, o termo Òrìşà pupa (vermelho) e Òrìşà dúdú (preto), não são usados.
Já em nosso país a situação referente a Òrìşà funfun se
confundiu mais ainda a partir da proibição do uso do óleo de dendê no culto a Ọbàtálá.
A confusão foi tanta que foi inventado um Ṣàngó, um Èşù, uma Oya e até um Ògún
que não come dendê.
Em todos os rituais para Èşù, Ṣàngó, Ọya, Ògún e outros òrìsàs
o uso do dendê não sofre restrição com exceção dos rituais para Ọbàtálá.
Quando abordamos a questão do culto de alguns òrìsàs em
nosso país, no caso de Ṣàngó ser chamado de Aira a situação se complica mais
ainda, considerando o fato que na terra mãe esse termo é bem conhecido nos
Oríkìs de Ṣàngó. Baseado nesse fato o culto ao conhecido Òrìṣà Aira no Brasil
seria mais que uma confusão entre dois òrìsàs, um erro de interpretação da
língua Yorùbá e da teologia dos òrìsàs.
Na abordagem inicial colocamos em dúvida a teoria que defini
masculino, feminino e elemento procriado em clãs identificados por cores, essa
teoria cai por terra quando tomamos consciência que o Òrìṣà feminino Yèmowó
também é funfun.
Historiadores e religiosos crédulos e estudiosos tendem a
ter opiniões diferentes um religioso diria que na religião tradicional Yorùbá
existe um grupo de òrìsàs que antecedem a criação do mundo, que recebe o nome
de funfun, entre eles: Òrúnmìlá, Òsun, Olóòkè, Òrìșà Ợkợ, Ajala, Ọbàtálá,
Yèmowó, Odùdúwà, Olóòkún, Yèmoja, Olósà, Ajésálúgà, Ikú.
Já um estudioso ficaria inclinado a fazer uma pesquisa mais
abrangente e com várias citações de inúmeros escritores entre vírgulas, pontos
de exclamação e interrogação assumiria a conhecida abordagem que Odùdúwà seria
filho de Lámúrúdù atribuída por muitos com segundas intenções a uma modificação
fonética do nome Nimrod, em uma tentativa absurda de identificar òrìsàs com a
bíblia católica.
A verdade é uma só os òrìsàs continuam com os seus cultos
intactos no território Yorùbá, aqueles que de fato amam a nossa religião tem um
amplo campo de pesquisa na busca da verdadeira origem da religião afro
brasileira.
Considerando o fato que o uso de dendê é abundante no culto
dos òrìsàs funfun Òrúnmìlá, Òsun, Olóòkè, Òrìșà Ợkợ, Ajala, Yèmowó, Odùdúwà,
Olóòkún, Yèmoja, Olósà, Ajésálúgà, Ikú, a discursão entre estudioso e religioso
deve continuar como forma de esclarecer os adeptos e simpatizantes da religião
tradicional Yorùbá.
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