quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Ọbàtálá come dendê?



Autor: Olúwo Ifagbaiyin Agboola

A palavra funfun em Yorùbá quer dizer branco, os Òrìsàs designados funfun no novo mundo adquiriram características no mínimo estranhas a sua origem.

 Na Nigéria esses Òrìsàs pertencem a um grupo bastante cultuado e nada dos rituais foram perdidas sendo assim todas as questões que vamos abordar aqui podem ser facilmente confirmadas.

No Brasil Òrìşà funfun é Oxalá (Ọbàtálá), na Nigéria esse termo é usado para designar vários Òrìsàs entre eles estão Òrìşà Òkè, Olóòkún e Ọbàtálá.

A designação funfun identifica para os Yorùbá Òrìsàs masculinos de primeira geração, embora essa questão possa ser discutida levando em consideração outras abordagens. Considerando o raciocínio inicial os Òrìsàs femininos recebem a designação pupa (vermelho), e os filhos desses seriam conhecidos como Òrìsàs dúdú (preto).

Essa forma descrever um amplo e complexo histórico da religião tradicional Yorùbá teria respaldo no campo da matemática, mas no plano espiritual a questão segue por outro caminho até porque com exceção de poucos autores, o termo Òrìşà pupa (vermelho) e Òrìşà dúdú (preto), não são usados.

Já em nosso país a situação referente a Òrìşà funfun se confundiu mais ainda a partir da proibição do uso do óleo de dendê no culto a Ọbàtálá. A confusão foi tanta que foi inventado um Ṣàngó, um Èşù, uma Oya e até um Ògún que não come dendê.

Em todos os rituais para Èşù, Ṣàngó, Ọya, Ògún e outros òrìsàs o uso do dendê não sofre restrição com exceção dos rituais para Ọbàtálá.

Quando abordamos a questão do culto de alguns òrìsàs em nosso país, no caso de Ṣàngó ser chamado de Aira a situação se complica mais ainda, considerando o fato que na terra mãe esse termo é bem conhecido nos Oríkìs de Ṣàngó. Baseado nesse fato o culto ao conhecido Òrìṣà Aira no Brasil seria mais que uma confusão entre dois òrìsàs, um erro de interpretação da língua Yorùbá e da teologia dos òrìsàs.

Na abordagem inicial colocamos em dúvida a teoria que defini masculino, feminino e elemento procriado em clãs identificados por cores, essa teoria cai por terra quando tomamos consciência que o Òrìṣà feminino Yèmowó também é funfun.

Historiadores e religiosos crédulos e estudiosos tendem a ter opiniões diferentes um religioso diria que na religião tradicional Yorùbá existe um grupo de òrìsàs que antecedem a criação do mundo, que recebe o nome de funfun, entre eles: Òrúnmìlá, Òsun, Olóòkè, Òrìșà Ợkợ, Ajala, Ọbàtálá, Yèmowó, Odùdúwà, Olóòkún, Yèmoja, Olósà, Ajésálúgà, Ikú.

Já um estudioso ficaria inclinado a fazer uma pesquisa mais abrangente e com várias citações de inúmeros escritores entre vírgulas, pontos de exclamação e interrogação assumiria a conhecida abordagem que Odùdúwà seria filho de Lámúrúdù atribuída por muitos com segundas intenções a uma modificação fonética do nome Nimrod, em uma tentativa absurda de identificar òrìsàs com a bíblia católica.

A verdade é uma só os òrìsàs continuam com os seus cultos intactos no território Yorùbá, aqueles que de fato amam a nossa religião tem um amplo campo de pesquisa na busca da verdadeira origem da religião afro brasileira.

Considerando o fato que o uso de dendê é abundante no culto dos òrìsàs funfun Òrúnmìlá, Òsun, Olóòkè, Òrìșà Ợkợ, Ajala, Yèmowó, Odùdúwà, Olóòkún, Yèmoja, Olósà, Ajésálúgà, Ikú, a discursão entre estudioso e religioso deve continuar como forma de esclarecer os adeptos e simpatizantes da religião tradicional Yorùbá.










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