A caminhada
dentro de ifá.
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola
Na tentativa de contribuir para diminuir as dúvidas das
pessoas que pretendem se iniciar em ifá e das pessoas leigas que gostam do
culto de Òrúnmìlà, nos propomos mais uma vez a escrever sobre esse tema,
respeitando as diferenças do culto em cada família, mas divulgando os
procedimentos dentro do seguimento que professamos.
Para algumas famílias o isefa não é uma iniciação, em nossa
família consideramos o Itefa uma iniciação completa e o isefa uma
pré-iniciação, toda a pessoa submetida a um isefa recebe um nome, além das
orientações do odu do ritual.
Se a pessoa recebe uma indicação no isefá que deve se tornar
um Bàbàláwo, o ifá é alimentado mais uma vez, em um novo ritual, que não
acontece no mesmo dia, e um opele de cabaça é consagrado para o inicio dos
estudos, durante os estudos o pré-iniciado recebe o nome de awo kekere.
Observação: Esse tipo de situação descrita no paragrafo
isefa é mais comum quando o pré-iniciado recebe como orientação em seu isefa um
odu méjì, porém existem muitos odus que indicam essa necessidade.
A pessoa submetida a um isefa é chamada Omo ifá, já uma
pessoa submetida ao itefa é conhecida como awo ifá, em nossa família
consideramos esses dois nomes e usamos a denominação awo kekere, (pequeno
segredo), para as pessoas com indicação para itefa e Itelodu.
Existem inúmeras formas de consagrar um opele, uma pessoa
que passa pelo itefa, mesmo tendo odu de Bàbàláwo, não tem o seu opele
consagrado para atender clientes.
A consagração do opele em alguns casos no itefa, é muito
simplificada consistindo em que o opele seja alimentado dentro da vasilha de Òrúnmìlà, já para consagrar o opele que vai consultar para clientes a consagração é bem diferente.
O uso do ikins para consulta é determinado mais por um
habito familiar ou regional que por uma necessidade, com exceção das iniciações
ou rituais específicos.
As pessoas, iniciadas para se tornarem Bàbàláwos começam os
seus estudos, não no momento que fazem o itefa, começam seus estudos quando na
pré-iniciação (isefa), recebem uma orientação de Òrúnmìlà que tem caminho de
Bàbàláwo.
O isefa não é uma cerimonia obrigatória, porém para chegar
ao Itelodu é necessário fazer o itefa.
Um isefa leva até três dias para conclusão da cerimonia, já
um itefa leva de três a dezessete dias para conclusão das cerimonias, isso não
quer dizer que não possa seguir outras indicações, o mais comum é que seja
feito em três dias como indica o nome da cerimonia.
Um Bàbàláwo na Nigéria dentro do culto tradicional nunca
muda de família, se ele se desgostar ou houver algum desentendimento com seus
iniciadores ele vai seguir respeitando por toda a sua vida a família quem o
iniciou.
Um Bàbàláwo nunca muda de nome ou retira o nome de sua
família, o nome que ele recebeu representa a sua historia e a historia da sua
família, além é claro de um compromisso assumido no Igbodu.
Um Bàbàláwo ou uma Ìyánifá recebem esse titulo amparado
pelos ancestrais de sua família representados em cerimônias diante de Opa Osun
que o guiará no momento da impressão do odu no opon Ifá, não existe a
possibilidade de um sacerdote de Ifá seguir um caminho desligado de sua família,
isso representaria a falta de ligação com os antepassados, à religião
tradicional yoruba é familiar.
O culto a Òrúnmìlà está descrito nos versos de Ifá, não
existe improvisação ou criatividade, as cerimônias feitas na Nigéria devem ser
reproduzidas com fidelidade sobre o risco, do não alinhamento com a origem,
comprometer a veracidade dos atos.
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