Os generais do Ifá.
Autor: Babalawo Ifagbaiyin Agboola.
Desejar estabilidade no emprego e uma carreira confortável que
o exército pode proporcionar, assim como alguns benefícios incluindo plano de saúde
de ótima qualidade e assistência odontológica, todos gostariam de ter.
Por outro lado acordar cedo e seguir a hierarquia assim como
construir uma carreira ao longo dos anos,
ninguém quer.
Como no exército, acontece no ifá, a grande maioria dos
aspirantes a sacerdotes pretendem se engajar nas fileiras do culto a Òrúnmìlà já
ingressando como generais.
A falta de paciência, de dedicação e de respeito à
hierarquia implicam em um sistema que menospreza etapas fundamentais na
construção da experiência e do conhecimento de um bom Bàbàláwo.
Esses fatos somados a total falta de critério na
distribuição de cargos e títulos ofertados por alguns supostos sacerdotes
nigerianos, nos levam a constatação que o conhecido, hábito de improvisar dos
brasileiros está desenhando um tipo de culto a ifá no Brasil completamente
diferente daquele que existe no território Yoruba.
A rede social em páginas patrocinadas atesta muitas vezes
uma experiência que nunca existiu e em um quebra cabeça onde textos são
montados com partes descritas por inúmeros autores o teoricamente pesquisador e
internauta se disfarça de experiente conhecedor.
Pessoas sem escrúpulos impulsionados pela falta de
conhecimento de seus contatos nas redes sociais terminam se passando por
sacerdotes que nunca foram.
Eu denomino esses destacados, desconhecidos, como generais
do ifá, embora a posturas de alguns se assemelhe a de palhaços em um picadeiro,
é claro sem menosprezar aqueles que dominam a arte fazer rir.
Em qualquer profissão para que a pessoa seja reconhecida com
credibilidade e prestigio existe uma composição de exigências que se ajusta de
uma situação para outra, embora mantenham a essência composta por conhecimento,
seriedade, dedicação, experiência e aptidão.
A queima de etapas e o embuste criado com adjetivos nas
entrelinhas, somados a velha tática de dizer o que as pessoas querem ouvir
seguirão dando destaque a grandes sacerdotes reconhecidos no espelho por eles
mesmos.
E com eufemismo eu descrevo que os filhos dos desprovidos
serão constituídos da ausência do que outrora fez parte de uma ilusão resguardada
fortemente por uma inverdade com um respaldo do imaginário.
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